
Se nada se repete igual,
todas as coisas são últimas coisas.
Se nada se repete igual,
todas as coisas são também as primeiras.
(Roberto Juarroz, avançado vertical, campeão do mundo em 1978)
A grande época do pós-modernismo no futebol foi muito curta. Augusto Justo e Quarlos Eirós foram os últimos que souberam falar, com propriedade, da pós-modernidade do mundo da bola depois de a sua morte ter sido declara. Herdeiros de Heraclito e mestres na arte fibonacciana, Justo & Eirós (2003-2006) trataram dos problemas "pós-modernistas" como de fugida a um fora de jogo existencialista, ou como numa última jogada irredutível à constrição do chuveirinho corbusieriano, ou ainda, como num maravilhoso fôlego incompleto de Secretário até a linha de fundo merengue.
No final da curta carreira e, de entre muitas soluções que o universo futebolístico lhes oferecia, escolheram o ingresso no FC Lavorare Stanca, famoso clube transalpino que se notabilizou por tornar as partidas lentas mas com golos velozes. Para chegar a este patamar não bastava capacidade técnica pavesiana, que ambos possuíam, era também necessária uma requintada cultura táctica capaz de contornar a solidão da arquibancada. Encerrava-se assim o último anel da genealogia de génios do pensamento futebolístico.
Deve dizer-se, porém, que a sua obra foi altamente contagiosa, muitos dos que a leram foram atingidos por um ricto surrealista similar a Conrad Veidt. Mas deixemos de parte os pressupostos pós-modernos, a quem nenhum quadro ou reconstituição de ambiente conseguirá fazer justiça.
No universo futebolístico não se nasce apenas médio que ocupa bem a meia-esquerda ou avançado móvel, forte e ágil, como pretende o zeitgeista Luís Freitas Lobo, também se pode nascer adepto.
No final da curta carreira e, de entre muitas soluções que o universo futebolístico lhes oferecia, escolheram o ingresso no FC Lavorare Stanca, famoso clube transalpino que se notabilizou por tornar as partidas lentas mas com golos velozes. Para chegar a este patamar não bastava capacidade técnica pavesiana, que ambos possuíam, era também necessária uma requintada cultura táctica capaz de contornar a solidão da arquibancada. Encerrava-se assim o último anel da genealogia de génios do pensamento futebolístico.
Deve dizer-se, porém, que a sua obra foi altamente contagiosa, muitos dos que a leram foram atingidos por um ricto surrealista similar a Conrad Veidt. Mas deixemos de parte os pressupostos pós-modernos, a quem nenhum quadro ou reconstituição de ambiente conseguirá fazer justiça.
No universo futebolístico não se nasce apenas médio que ocupa bem a meia-esquerda ou avançado móvel, forte e ágil, como pretende o zeitgeista Luís Freitas Lobo, também se pode nascer adepto.
Outrora, os adeptos nasciam novos e a pouco e pouco iam ficando velhos. Agora nascem velhos, e alguns conseguem tornar-se, a pouco e pouco, novos.
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